sábado, 26 de novembro de 2011

Lema da Maçonaria

A palavra “lema” origina-se do grego (lémma), que significa, algo recebido, dádiva, presente.
Na linguística contemporânea “lema” poderá ser conceituado, sinteticamente, como um conjunto de vocábulos, frase, ou frases, que expressem um ideal, o qual poderá ser de pessoa, de grupos sociais, de país ou nação.
Os lemas, quando adotados por países ou organizações da sociedade, exprimem valores filosóficos, sociológicos e culturais comuns, que justificam uma ação comum.
Neste sentido diversos são os lemas de domínio público, como por exemplos: 1. “Ordem e Progesso”, adotado pela República Federativa do Brasil; 2. “In God We Trust” (Em Deus Confiamos), usado pelo Estados Unidos da América ou 3. “Libertas Quæ Sera Tamen” (Liberdade ainda que tardia), que ornamenta a bandeira do Estado de Minas Gerais, dentre tantos outros.
A Maçonaria universal adota em seu ideário a trilogia “Liberade, Igualdade e Fraternidade”, inspirado no lema da Revolução Francesa de 1789, (Liberté, Egalité, Fraternité), expressão de autoria atribuída ao filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778).
Na atual conjuntura, em que os reais objetivos das instituições são questionados, em especial os da Maçonaria, faz-se oportuno traçar um breve comentário sobre a aplicação, no cotidiano, de seu lema institucional.

LIBERDADE
Historicamente, liberdade constitui um direito natural do ser humano, proveniente da liberdade absoluta, praticada em seu estado de natureza que, paulatinamente, evoluiu para o estado civil, regido pelo contrato social idealizado por Thomas Hobbes (1588-1679), contmplando a vontade da maioria. 
Liberdade, em filosofia, significa a ausência de submissão, de servidão e de determinação, isto é, ela qualifica a independência do ser humano. De maneira positiva, liberdade é a autonomia e a espontaneidade de um sujeito racional. Isto é, ela qualifica e constitui a condição dos comportamentos humanos voluntários.
A partir desse corolário, a Liberdade maçônica não poderia ser diferente. A aplicação desse importante atributo democrático haverá de ser feita com critério, de modo a não privilegiar interesses particulares, bem como a não contrariar princípios éticos que possam comprometer a ação doutrinária da Instituição. Tal qual ocorre com o Estado Democrático do Direito, o dirgente maçônico deverá exercer sua função em perfeita consonância com o Contrato Social da Ordem, representado pela Constituição, leis e regulamentos, de forma a preservar a harmonia entre os jurisdicionados, tendo sempre presente o senso de conveniência e oportunidade. Romper com esses institutos seria quebrar um pacto de confiança.

IGUALDADE
Na Maçonaria, a idéia de igualdade tem uma relação direta com os direitos fundamentais do cidadão e com a dignidade da pessoa humana, tendo como escopo o sentido de justiça, em estreita cumplicidade com os cânones do humanismo.

FRATERNIDADE
Completando a trilogia, vem a fraternidade, um dos sentimentos mais nobre da humanidade, que, igualmente, merece ampliados estudos. 
Não devemos confundir fraternidade com caridade, especialmente se esta foi praticada sob a expectativa de recompensa pessoal ou de expiação de culpa. 
A caridade espontânea exprime um estado de espírito momentâneo, não menos nobre mas que se encerra com a prática do ato. De outro passo, a fraternidade tem características multifacetárias, de caráter permanente, abrangendo diversos aspectos da vida em sociedade. Uma palavra, um gesto, uma ação, a gratidão, o reconhecimento e o compartilhamento de idéias, dentre outras virtudes, são atos de fraternidade. O egoísmo, o individualismo e o personalismo são práticas que se contrapõem a este desiderato maior da Ordem maçônica.

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